O diferente ano de 2020. O que aprendemos? – de Cristiano Moreira

Solidariedade - Artigo - Caminho do Senhor

O diferente ano de 2020. O que aprendemos? – de Cristiano Moreira

O diferente ano de 2020. O que aprendemos?

Tudo teve início nas reportagens dos jornais de televisão e impressos. Víamos as pessoas lá na distante China utilizando máscaras em todos os lugares, adultos, crianças, enfim, todos desejavam proteção contra o COVID-19. Pensamos, ou melhor, eu pensei, é algo distante, eles vão conseguir resolver, ou seja, é um problema Chinês. Ledo engano o meu, como pude errar tanto na minha previsão?

Tivemos o carnaval com a aprovação da grande parte das pessoas em todos os Estados. Muitos turistas, e todos nós já sabemos aonde isso tudo chegou. Hoje estamos às vésperas de completarmos duzentos mil mortos por COVID. Temos outros mais de seis milhões de infectados e curados. Cada vida é importante, cada uma delas. Pensamos nas famílias que “perderam” seus entes queridos, mas que os mesmos foram “achados” e tratados no plano espiritual, local de onde todos nós viemos e retornaremos um dia.

Nós que temos a certeza da Reencarnação, não é mais fácil ver um ente querido, um amigo, ou até um conhecido partir. Temos coração, saudades, amizades, e sofremos a dor da separação também. Podemos dizer que, em muitos casos, não há o desespero pela separação, pois entendemos o por que nascemos, por que vivemos e por que um dia desencarnaremos, para muitos ainda morrer (pessoas que eu respeito de coração). O conhecimento do Evangelho de Jesus que nos diz que…

“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mateus 28:20)

…é para ser sentido de dentro para fora. A FÉ precisa ser viva com Jesus em nossos corações e almas.

Pergunto no início: O que aprendemos? O que ficou de lição este ano?

Eu não sei para vocês, mas para este irmão, ainda muito errante, ficou a certeza de que só mudaremos este mundo quando nós conseguirmos fazer o que vi acontecer na minha frente hoje, sem câmera, sem ninguém olhando, sem fotos de selfie: em um ponto final de ônibus aqui no Rio de Janeiro, eu estava com mais duas pessoas a espera do ônibus (por volta de nove e meia da manhã) que ainda estava parado no ponto final. Eu não vi, mas havia um rapaz dos seus 19/20 anos, todo sujo, mas sentado com a cabeça apoiada nos joelhos e muito magro, diria, magérrimo.

O que fez a senhora que estava na minha frente? Ela retirou da bolsa a própria marmita, a própria garrafa d’água, ajoelhou ao lado do moço e ofereceu para ele o seu almoço. Eu nunca mais vou esquecer o sorriso daquele menino ao ver a comida dentro da marmita, a água gelada. Ele sorriu.

A senhora voltou para a pequena fila de três pessoas (eu uma delas) e ali ficou como se nada tivesse acontecido. Precisei me segurar para não dar um abraço nela e agradecer em nome de Deus. Entramos apenas os três no ônibus. Fui até a senhora e disse: eu acredito na raça humana por causa do que a senhora acabou de fazer. Ela sorriu. Pareceu-me uma pessoa simples que deu o almoço do seu dia de trabalho. Fui até ela novamente e tentei oferecer algum dinheiro para que ela pudesse comprar outro almoço: ela segurou em minhas mãos e disse: não se preocupe, no meu trabalho eu tenho como almoçar.

A lição que levo deste ano não é de medo, não é de vírus, pelo contrário, levo cada dia mais a certeza de que apenas ajudando ao próximo seremos ajudados em todos os níveis. Existem pessoas se trancando em casa por causa do medo e não serei eu a criticá-las. Cada um sabe de si. Cada um conhece os seus limites. Nunca eu estive tão perto do Mestre Jesus quando vejo os meus irmãos olhando para os lados, para trás, para ver se ninguém ficou para trás. A resposta é esta: Não deixe ninguém para trás e tente não sentir medo quando você está envolvido em solucionar algo para outra pessoa, conhecida ou não.

Jesus no comando. Nunca tivemos dúvidas disso. Feliz Natal e 2021 de muita saúde e Paz!

Autor: Cristiano Moreira (voluntário do Caminho do Senhor)

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